A avaliação das Reações Suspeitas de Hipersensibilidade Perioperatória representa um desafio, desde o diagnóstico clÃnico, que pode ser obscurecido por outras condições relacionadas a anestesia e cirurgia, até a definição do mecanismo, se IgE dependente ou não.
O anestesista, além de realizar o tratamento do paciente, também terá um papel fundamental no inÃcio do processo de investigação diagnóstica, ao coletar as amostras de sangue para dosagem de triptase. Essa é uma ação de primordial importância porque, embora o resultado não seja necessário no momento da ocorrência, as amostras deverão ser coletadas durante a crise.
Orientações
para coleta:
a) Coletar em tubo seco;
b)
Amostras durante a crise:
Intervalos
de coleta* |
|
1ª
amostra |
Até
1 hora após o inÃcio do quadro |
2ª
amostra |
Entre
2 a 4 horas após o inÃcio do quadro |
* Se não for
possÃvel coletar 2 amostras, apenas uma amostra, coletada entre 1 a 4h após o
inÃcio da crise, será uma alternativa adequada |
Cada
tubo de sangue deverá ser identificado com nome do paciente, data e horário da coleta. As amostras
deverão ser enviadas ao laboratório do hospital ou clÃnica, onde deverão ser
centrifugadas, congeladas e o exame realizado, ou encaminhadas a laboratório capacitado
a efetuar a dosagem.
c)
Amostra basal:
Deverá
ser coletada 24h após a 1a coleta ou poderá ser coletada 4 - 6
semanas após o quadro quando, idealmente, o paciente deverá ser avaliado pelo
alergista.
Deve
ser de conhecimento do anestesiologista se o laboratório do seu hospital
realiza a dosagem da triptase ou se a amostra deve ser encaminhada para outro
local. O que é de fundamental importância é estabelecer previamente a rotina
com o laboratório, para coleta e processamento evitando, dessa forma, que a
amostra seja inutilizada. Esses resultados deverão ser anexados ao prontuário
do paciente e encaminhadas ao alergista.
Referências:
1- Garvey LH, Dewachter P, Hepner DL, et al. Management of suspected immediate perioperative allergic reactions: an international overview and consensus recommendations. Br J Anaesth. 2019;123:e50-e64.
2- Spindola MAC, Solé D, Aun MV et al. Update on perioperative hypersensitivity reactions: joint document of the Brazilian Society of Anesthesiology (SBA) and Brazilian Association of Allergy and Immunology (ASBAI) − Part I: post-crisis guidelines and treatment. Rev Bras Anestesiol. 2020;70(5):534-548.
3- Solé D, Spindola MAC, Aun MV et al. Update on perioperative hypersensitivity reactions: joint document from the Brazilian Society of Anesthesiology (SBA) and Brazilian Association of Allergy and Immunology (ASBAI) – part II: etiology and diagnosis. Rev. Bras. Anestesiol. 2020;70(6), 642-661